segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Senhorio de Jesus em nossas vidas


               Nunca é demais pensar e refletir sobre o Senhorio de Jesus. A Ele toda a gloria a honra e o louvor, porque Ele é Senhor do tempo, do Universo inteiro, tudo a Ele pertence e existe, n'Ele, por Ele e para Ele.
              Como Único, Soberano e Eterno Senhor, ao entregar-se livremente ao Pai na Cruz, assumiu em Si, na sua realidade humana, todo o Universo e santificou todas as coisas, redimindo e restaurando toda a criação, entregando-a ao Pai, perfeita e sem mancha, selada pela salvação.
               O ser humano, como dominador da criação, pois assim o próprio Criador o determinou e falou: - "Crescei, multiplicai-vos, enchei a terra e DOMINAI-A" (Gen.1,28ss)
              Por isso Jesus ao oferecer-se na Cruz, ofereceu ao Pai toda a criação presente em seu corpo, um microcosmo. Santificando e purificando todas as coisas em seu sangue, salvando e restaurando.
              Vencendo até a própria morte com sua Ressurreição e Ascensão aos Céus, cheio de Glória, de Graça e de Verdade.
              Jesus é o Senhor e Rei dos reis. Como diz a Escritura " Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe deu o nome, que está acima de todos os nomes. Para que ao nome de Jesus, se dobre todo o joelho, no céu, na terra e nos infernos. É toda a língua confesse para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor (Filipenses 2,9-11)
              Ainda em outro lugar lemos: "Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres, que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Rm 10,9)
              Confessar que Jesus é o Senhor, isto só é possível pelo Espírito Santo (I Cor. 12,3) - Confessar, significa testemunhar, mostrar com a vida, com a as atitudes, com tudo o que somos. Para confessar Jesus, precisamos conhecê-lo, ama-lo, imitá-lo, servi-lo, vivê-lo pois ..."temos o pensamento de Cristo...."(I Cor. 2,16)
              Portanto, o confessar Jesus, não é simplesmente, pregar e falar de Jesus mas é viver Jesus, é ser Jesus.
              Aqui começa aquilo que já não é tão simples, porque implica em atitude de fé. É o recheio e estofo da fé, a vivência da própria fé, a prática, uma fé ativa e não ideológica.
              Conhecer Jesus, isto se faz gastando tempo na presença do Senhor, na oração pessoal, no dialogo com Ele, na leitura da Escritura, na Adoração de Jesus na Eucaristia, na contemplação, na visão de Jesus presente no próximo "Todas as vezes que fizestes isto a um deste meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes (Mt. 26,40)".
              Olhar a Virgem Maria e com ela olhar Jesus. Receber Jesus das mãos da Mãe Imaculada aprender com ela a dizer sempre e somente Sim, faça-se tua vontade Jesus, mesmo que doa, estou aqui.
              Amar Jesus, é belo e terrível ao mesmo tempo, é entregar-se por inteiro. Se fazemos esta pergunta as pessoas: "Você ama Jesus?" Sempre nos respondem: "É claro, que amo Jesus". Nunca me parece tão simples amar Jesus. Porque ama-lo não é um ato da razão, sentimento ou emoção, mas ama-lo, significa envolver-se com Ele, confundir-se com Ele, em adesão a Ele, sem limites nem reservas, numa entrega total, cega, louca e apaixonada, até as volúpias de amor, no leito nupcial da Cruz, é a loucura da Cruz, (I Cor. 1,18.25 e 3,19) e plenitude de sabedoria. Com o doce esposo de nossas almas, exclamando como Paulo "Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim (Galatas 2,20)".
              Quando vivemos uma vida de adesão a Jesus, como seus discípulos, sempre prontos a aprender mais e mais, nunca querendo ser mestres, porque um só é o nosso Mestre, Cristo Jesus (Mt. 23,7-8) dizendo sempre sim, com o coração livre e confiante na ação do Espírito Santo que vive e age em nós.
              A partir de então, imita-lo "não vim para ser servido, mas para servir" (Mc. 10,45) "Sede antes servos uns dos outros (Galatas 5,13)
              Jesus se proclama Senhor - "Vos me chamais mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou (Jo. 13,13)
              O Senhorio de Jesus na vida, no dia a dia é uma atitude, uma prática de vida. Ter Jesus como Senhor e saber-se amigo, do esposo, mais que servo, é possui-lo e ser possuído por Ele.
              Ele é o Senhor, a Ele a glória e o louvor, o tempo e as nações. A Ele toda a minha e a tua vida, agora e para sempre.
              Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo tem piedade de mim pecador.

PENTECOSTES - EFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO


Na última ceia Jesus dissera aos Apóstolos: “Contudo, digo-vos a verdade: convém-vos que Eu vá; porque, se Eu não for o Paráclito não virá a vós” (Jo 16,7). Na tarde do dia da Páscoa Jesus mantém a promessa: aparece aos Onze reunidos no cenáculo, sopra sobre eles e diz: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20,22). Cinquenta dias depois, no Pentecostes, tem se “a definitiva manifestação daquilo que se realizara no mesmo cenáculo já no Domingo de Páscoa” (Dom. et. viv. 25). O livro dos Atos dos Apóstolos nos conservou a descrição do evento (cf. 2,1-4). Ao refletirmos sobre este texto, podemos perceber algum traço da misteriosa identidade do Espírito Santo.
É importante, antes de tudo, captar o nexo entre a festa judaica do Pentecostes e o primeiro Pentecostes cristão. No início o Pentecostes era a festa das sete semanas (cf. Tb. 2,1), a festa da colheita (cf. Êx. 23,16), quando se oferecia a Deus as primícias do trigo (cf. Nm 28,26; Dt 16,9). Sucessivamente recebeu um novo significado: tornou se a festa da aliança que Deus estabelecera com o Seu povo no Sinai, quando tinha dado a Israel a Sua lei. São Lucas narra o evento do Pentecostes como uma teofania, uma manifestação de Deus análoga à do monte Sinai (cf. Êx. 19, 16-25): rumor fragoroso, vento forte, línguas de fogo. A mensagem é clara: o Pentecostes é o novo Sinai, e o Espírito Santo é a nova aliança, e o Dom da nova lei. De modo penetrante Santo Agostinho capta este ligame: “Há um grande e maravilhoso mistério, irmãos: se prestardes atenção, no dia de Pentecostes (os judeus) receberam a lei escrita com o dedo de Deus e no mesmo dia de Pentecostes vem o Espírito Santo” (Serv. Mai 158,4). E um Padre do Oriente, Severiano de Gábala, anota: “Era conveniente que no dia em que foi dada a lei antiga, naquele mesmo dia fosse dada a graça do Espírito Santo” (Cat. in Act. Apost. 2,1).
Cumpre se assim a promessa feita aos antepassados. Lemos no profeta Jeremias: “Esta será a Aliança que farei com a casa de Israel – oráculo do Senhor: imprimirei a Minha Lei, gravá-la no seu coração” (31,33). E no profeta Ezequiel: “Vos darei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo: arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne. Dentro de vós porei o Meu espírito, fazendo com que sigam as Minhas leis e obedeçam aos Meus preceitos” (36, 26-27). De que modo o Espírito Santo constitui a nova e eterna aliança? Arrancando o pecado e derramando no coração do homem o amor de Deus: “A lei do Espírito de vida em Cristo Jesus libertou-me da lei do pecado e da morte” (Rm 8,2). A lei mosaica indicava obrigações, mas não podia mudar o coração do homem. Era necessário um coração novo, e é precisamente aquilo que Deus nos oferece em virtude da redenção operada por Jesus. O Pai arranca o nosso coração de pedra e dá-nos um coração de carne, como o de Jesus, animado pelo Espírito Santo que nos faz agir por amor (cf. Rm 5,5). Com base neste Dom se instaura a nova aliança entre Deus e a humanidade. S. Tomás afirma de modo incisivo que o próprio Espírito Santo é a Nova Aliança, operando em nós o amor, plenitude da lei (cf.2 Cor 3,6).
No Pentecostes desce o Espírito e nasce a Igreja. A Igreja é a comunidade daqueles que “renasceram do alto”, “da água e do Espírito”, como se lê no Evangelho de João (cf. 3,35). Antes de tudo a comunidade cristã não é o resultado da livre decisão dos crentes; na sua origem há primariamente a gratuita iniciativa do Amor de Deus, que oferece o Dom do Espírito Santo. O assentimento da fé a este Dom de amor é “resposta” à graça e, ele mesmo, é suscitado pela graça. Entre o Espírito Santo e a Igreja existe, portanto, um ligame profundo e indissolúvel. A respeito disso, diz Santo Irineu: “Onde está a Igreja, ali está também o Espírito de Deus; e onde está o Espírito do Senhor, ali está a Igreja e toda a graça”. (Adv. Haer. 3, 24.1). “Compreende-se, então, a arrojada expressão de Santo Agostinho: Tem-se tanto Espírito Santo quanto se ama a Igreja”. (IN Io. 32,8). A narração do evento do Pentecostes ressalta que a Igreja nasce universal: é este o sentido do elenco dos povos – Partos, Medos, Elamitas ... (cf. Act 2,9´11) – que escutam o primeiro anúncio feito por Pedro. O Espírito Santo é dado a todos os homens de qualquer raça e nação, e realiza neles a nova unidade do Corpo místico de Cristo. São João Crisóstomo põe em evidência a comunhão operada pelo Espírito Santo, com esta concreta observação: “Quem vive em Roma sabe que os habitantes das Índias são seus membros” (In Io. 65, 1; PG 59,361).
 Do fato que o Espírito Santo é “a nova aliança”, deriva que a obra da terceira Pessoa da Santíssima Trindade consiste em tornar presente o Senhor Ressuscitado e, com Ele, Deus Pai. Com efeito, o Espírito exerce a sua ação salvífica tornando imediata a presença de Deus. Nisto consiste a nova e eterna aliança: Deus já Se tornou alcançável para cada um de nós. Cada um, “desde o menor até o maior” (cf. Jr 31, 34), está dotado, em certo sentido, do conhecimento direto do Senhor, como lemos na primeira carta de São João: “Quanto a vós, a unção que d’Ele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a Sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira e não é mentirosa, permanece n’Ele como ela vos ensinou” (2,27). Cumpre-se assim a promessa feita por Jesus aos Seus discípulos durante a última ceia: “O Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Este ensinar-vos á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito” (Jo 14,26). Graças ao Espírito Santo, o nosso encontro com o Senhor acontece no tecido ordinário da existência filial, no “face a face” da amizade, fazendo experiência de Deus como Pai, Irmão, Amigo e Esposo. Este é o Pentecostes. Esta é a Nova Aliança.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Imitando Maria!


Lucas 1, 46-56
Por Padre Luis Fernando Soares
Introdução:

Nós, cristãos católicos, aprendemos desde cedo a ter um carinho especial por Maria. Cumprimos assim a profecia: “Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva! De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é Santo.” (Lucas 1, 48-49). Apesar da Sagrada Escritura honrá-la e nos mandar honrá-la, Maria tem sido causa de contradição entre os cristãos (católicos e evangélicos). Se consideramos Maria como o Evangelho a considera, a polêmica que cerca a Mãe do Senhor será desnecessária. Hoje, observamos que a maioria dos cristãos, no que diz respeito à Maria, encontram-se nos extremos. Para alguns, existe “Maria demais”, pois através de tantos títulos, funções, devoções; ofuscam a humildade, a grandeza e a beleza de Maria, reveladas na Bíblia. Outros têm “Maria de menos”, pois quase que ignoram a pessoa e o papel de Maria no plano de salvação. Já ouvi dizer que Jesus, no texto do Evangelho de hoje, ignora sua mãe. Logicamente isto não é possível, porque se assim fosse, Jesus teria cometido um pecado, uma vez que o mandamento de Deus diz: “Respeite o seu pai e a sua mãe, para que você viva muito tempo na terra que estou lhe dando.” (Êxodo 20,12).
O Evangelho quer, na verdade, ensinar-nos o jeito certo de honrar Maria. Certa vez, uma senhora me disse: “Padre, parece que o senhor não tem muita devoção à Maria, pois o senhor fala muito pouco a respeito dela”. Eu respondi: “Ao contrário, é por ter muita devoção a ela que prefiro falar mais de Jesus, pois foi ela que me ensinou a fazer isto, quando disse: “Façam o que ele (Jesus) mandar.” (João 2, 5). Como as pessoas conhecerão Jesus e farão o que Ele mandar se não O conhecerem através da pregação do Evangelho. Para muitos, honrar Maria é somente falar muito dela, peregrinar a um santuário mariano e outras práticas, mas a honramos de verdade quando a imitamos, como ela procurou imitar Jesus sendo sua mais fiel discípula. Como, então, poderemos imitar Maria? Vejamos como a Sagrada Escritura nos apresenta Maria:
1 – Cheia de Graça: “O anjo veio e disse: — Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você.” (Lucas 1, 28). – Significa ser cheia do Espírito Santo. Maria buscava por meio de uma vida de oração e dedicação a Deus, estar sempre em comunhão com Deus. Ela deseja que nós estejamos sempre em oração.
2 – Serva do Senhor: “Maria respondeu: — Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer! E o anjo foi embora.” (Lucas 1, 38). – Estava sempre à disposição de Deus para o que Ele quisesse. Quando foi chamada a ser a mãe do Senhor, imediatamente disse sim. Ela deseja que nós também estejamos disponíveis para Deus.
3 – Mulher de fé: “Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.” (Lucas 1, 45). – Maria sempre acreditou em Deus, pois sabia que aquilo que Deus prometia, Ele cumpria. Ela deseja que nós acreditemos e confiemos plenamente Nele.
4 – Acolhedora da Palavra: “E a sua mãe guardava tudo isso no coração.” (Lucas 2, 51b) – Maria ouvia a Palavra, meditava a Palavra e vivia a Palavra, por isso, podemos chamá-la de mãe do Senhor, pois ela o é: por ter dado à luz a Jesus e por obedecer a sua Palavra (Ver Lucas 11, 28). Ela deseja que nós sejamos acolhedores e obedientes ao Senhor.
5 – Mulher forte: “Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe…” (João 19, 25). – Maria sabia enfrentar as adversidades e com a graça de Deus, vencê-las. Ela não permitia que as dificuldades a derrubasse. Ela deseja que nós também estejamos de pé, diante das cruzes da nossa vida.
Conclusão: Você deseja ser um devoto de Maria? Então faça como o apóstolo João que a levou para casa dele (ver João 19, 27). Leve o exemplo de Maria para sua vida, porque ela sempre soube fazer tudo o que Jesus mandava.
Perguntas
1 – Você é devoto (a) de Maria?
2 – Como você pode verdadeiramente imitá-la?
Deus vos Abençoe!!!
Observação: As citações bíblicas usadas neste texto de reflexão foram extraídas da Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Editora Paulinas. As numerações dos Salmos podem variar de acordo com a tradução da Bíblia.